Caros companheiros e companheiras, nosso encontro marcou não apenas um debate que se inicia, mas a retomada da esquerda revolucionária socialista. Ficamos gratos com a presença de todos. Chamamos a fazer parte dessa construção, e retomar as discussões no dia a dia pela aprovação dos direitos! Para a construção de um partido político verdadeiramente coerente, criativo e ousado, é necessário que lutemos pela intolerância religiosa, combatendo os felicianos e malafaias da política, que nos posicionemos sobre o Código Florestal, privatizações, royalties do petróleo, que defendamos o direito dos homossexuais, lutando pelo casamento entre pessoas do mesmo sexo, enfim, combater a extração mineral, em especial a Mina de Itataia, por uma cidade limpa, que respeite as culturas, a vida e o direito de ser.
A recusa nos implica
Se recusamos o mundo como ele é, em razão da
injustiça e da desigualdade, este o ato de recusa nos responsabiliza, nos
implica. Não somos animados pela desesperança. Quando recusamos a cidade e a
política tal qual se apresentam a nós, nos sentimos obrigados à sua
transformação. Portanto, somos movidos pela convicção de que a nossa ação pode
fazer a história ser diferente e que a política não deve ser repetição do
presente. Nossa recusa nos convoca e nos faz convocar outros.
A política como queremos
A Política precisa ser reinventada sempre. A
política não é o Estado, muito menos se resume à disputa das eleições. A
Política é a vida social em si. O Ser Social se faz na ação sobre o mundo e a
política representa o campo de disputa sobre esta ação. Entendemos que há um
limite nas atuais formas democráticas, sobretudo, na democracia representativa.
Assim, é um princípio buscar criar formas e processos de democracia direta e
participativa. Além disso, as atuais formas de democracia representativa estão
baseadas em falta de transparência, falta de controle da sociedade sobre o
Estado e enorme poder do Capital, por meio de setores empresariais, sobre o
poder público. Nossa independência se revela no compromisso de não recebermos
recursos de empresas e praticarmos transparência em nossas campanhas. É o
exemplo da política como entendemos que deve ser. A melhor pedagogia política é
a pedagogia do exemplo.
A vida acima do lucro
Nos posicionamos como anticapitalistas. Somos
socialistas. Esta é uma opção que nos orienta na história e na prática
concreta. Nos colocamos o desafio de renovar a esquerda do Séc.XXI. Entendemos
que as teias da cultura política tradicional – fisiologista e patrimonialista –
capturaram muitos. Afirmar que a vida está acima do lucro, nos orienta a pensar
a nossa ação na política e na cidade para deliberar sempre pelas formas que
desorganizem os fluxos de exploração e opressão, buscando estimular e organizar
processos de auto-organização solidários, colaborativos e participativos.
Somos natureza
O ser social é ser natural. A crise atual é uma
crise de civilização, de sociabilidade. É uma crise de dimensões planetárias
que atingirá especialmente as cidades. O padrão civilizatório atual apartou as
sociedades humanas da natureza. Nossa ação deve buscar engajar esforços para
novas formas da vida material que aliem produção sustentável, solidária e
igualitária. A cidade deve ser o primeiro lócus de experimentação destas formas
de produção sustentável e solidária. Do alimento à moradia. Do transporte à
energia. Meio ambiente para nós não é uma política setorial. É a defesa de um
outro modo de vida.
A cidade como territórios de resistências criativas
A cidade e suas comunidades são a menor unidade
pública em que estamos. Ao mesmo tempo que nos pensamos brasileiros e
cearenses, nos pensamos cidadãos da Santa Quitéria. Não opomos o global e o
local. Não defendemos que as mudanças estruturais serão fruto de um processo
global apartado do local. Tampouco pensamos que mudanças locais podem nos
defender das repercussões da crise global. Uma crise econômica se aproxima e Santa
Quitéria está no mundo. Sofrerá com seu resultado. Pensamos a cidade, portanto,
nesta teia de relações entre local e global. As resistências que fazemos aqui têm
conexões globais. E há muitas resistências. Nossa ação deve sempre estar
inspirada e inspirar a cidade como encontro de comunidades de resistência. Os
movimentos sociais, as organizações de base, os coletivos autônomos…. Todos
fazem da sua existência uma resistência. É de lá que surge uma nova Fortaleza.
O outro nos convoca
A dignidade humana se faz em coletivo e na
história. A ação política para nós é ato de solidariedade e de construção
coletivas. Ao afirmarmos que a política não é negócio, afirmamos que nosso
imperativo não é a acumulação de poder nem de riqueza. Não estamos orientados a
manutenção de indivíduos ou grupos no aparato de poder do Estado. Afirmamos
nosso imperativo ético de liberdade e justiça e devemos ser cobrados por isso.
A busca desta dignidade deve nos orientar.
A próxima luta
A próxima luta é amanhã. Para o socialismo a luta
é constante e intensa. A acomodação nos inquieta, e é esse paradoxo que nos
move. Diante da flacidez ideológica que se acumula, e desencanta a política, o
PSOL tem na luta constante e organizada.
Aos companheiros e companheiras:
Antonio Almeida
de Carvalho
Carlos Magno
Sérgio Lima
Cecília Feitoza
David de
Mesquita Lima
Francisca Edna
Camelo Torres
Francisco
Edneudo de Lima Ferreira
Francisco
Glaubson Cavalcante Barbosa
Francisco
Jardson Pinto Rodrigues
Francisco
Natálio de Sousa Duarte
Isabel
Cavalcante Carneiro
João Henrique
Brito Lima
Marcelo Dias
Arruda
Maria Eliane de
Sousa
Meiriane R. D.
Arruda
Nacélio Rodrigues Lima
Quitéria Clélia
Dias Martins
Quitéria Elieuda
Camelo de Lima
Renato Roseno
Romário Xerez
Rodrigues
Soraia de Souza
Augustinho
Thiago Rodrigues
Soares
Nenhum comentário:
Postar um comentário